Braço reto ou curvo? Qual o melhor formato para o seu toca discos? Neste artigo queremos discutir estas questões.
A função do braço em um toca-disco é apoiar a cápsula/agulha na posição correta sobre o disco de vinil e permitir que ele se mova para o centro do disco enquanto mantém essa posição.
Até por isso, ao contrário do que parece, o braço do toca discos faz toda a diferença durante a reprodução de um disco de vinil, sendo imprescindível seu equilíbrio e comprimento certo, mesmo que muitos ignorem a qualidade e os defeitos deste ítem quando vão comprar seus dispositivos.
Quais os principais formatos de braços para toca discos?
Os braços dos toca discos são divididos basicamente em dois grupos quanto aos seus formatos: os retos (ou tangentes) e os curvos.
Já do ponto de vista do equilíbrio também temos duas categorias: o braço equilibrado estaticamente e o braço equilibrado dinamicamente.
Além disso, deveríamos, numa análise mais aprofundada do braço que sustenta a cápsula e a agulha considerar os diferentes tipos de rolamentos, afinal, o toca discos é um instrumento de precisão que deve estar ajustado de modo refinado.
Porém, como nosso foco é discutir os formatos, iremos nos ater à questão dos braços retos ou curvos: quais são os tipos principais e se existe algum que seja melhor.
O Braço Reto para toca discos
Existem braços retos curtos e longos disponíveis. Os mais longos contam com um mecanismo de anti-skating para neutralizar as forças de atrito internas causadas pela espiral no disco. Isso adiciona complexidade e massa ao próprio mecanismo do braço do toca discos.
Um braço reto curto tem menos massa e pode responder melhor aos sulcos do disco de vinil. Além disso, sua geometria não requer mecanismo de anti-skating para controlar as forças internas, como é utilizado em braços retos mais longos. Em teoria, quanto mais curto o braço, menor a chance de vibração e, portanto, maior a estabilidade.
O Braço em formato de J para toca discos
Embora muito próximo do formato do braço reto, essa variação tem o headshell saindo em direção ao centro do disco numa angulação específica, dando-lhe uma forma característica de “J”.
O objetivo da headshell angulada é permitir que um braço mais longo caiba em um espaço menor, o que reduz a possibilidade de erros de “leitura” dos sulcos à medida que o disco toca.
Esse tipo de desenho também fornece peso extra ao braço, o que mantém o impulso vertical no mínimo e evita que a agulha salte para fora do sulco.
O Braço em formato de S para toca discos:
O tipo de braço para toca discos em S foi projetado para manter o braço equilibrado horizontalmente, adicionando mais proteção contra as oscilações durante a rotação do disco, as vibrações estruturais e os erros de “leitura” dos sulcos à medida que o disco toca.
A intenção é criar um ponto de equilíbrio, que funcione como um fulcro no meio do braço, equilibrando a agulha para que fique mais no centro do sulco, o que por sua vez permite capturar o máximo de áudio possível. Ter um braço com a quantidade certa de flexibilidade e firmeza é fundamental para uma reprodução suave.
O Material usado para fabricar o braço do seu toca discos também é importante
Assim como as madeiras usadas para certos instrumentos musicais serem únicos, os materiais usados para criar as partes de um toca discos farão diferença no resultado final da reprodução. Quanto maior a qualidade dos materiais, melhor será a experiência de áudio, mesmo sem o uso de amplificadores.
Normalmente os braços dos toca discos são feitos de metais, como alumínio, titânio ou aço, mas também existem modelos de madeira ou fibra de carbono. Os materiais utilizados são importantes pois reduzem o impacto das vibrações da estrutura e da cápsula, o que afeta a qualidade do som que está sendo produzido.
Qual o melhor braço para o seu toca discos: reto, em S ou em J?
Dependendo do disco de vinil ou do toca discos que você está usando, diferentes formas de braços afetarão o tipo de sons que você obtém.
Matematicamente, podemos afirmar que o braço infinitamente longo e sua agulha acoplada teriam um taxa erro zero durante toda a reprodução do disco. Como não é possível ter um braço de tamanho infinito, usamos uma antiga ideia de Arquimedes de Siracusa e incorporamos um eixo e um pouco de flexão ao braço do toca discos para superar este impossibilidade.
A concha da cabeça está em um ângulo com o eixo do braço, o pivô do braço. O ângulo do braço de tom é chamado de ângulo de deslocamento e usado com as “curvas” calculadas permite que o conjunto da cabeça/stylus rastreie com menos desvio de
A partir daí, usando conceitos de física e desconsiderando a qualidade de outras peças, podemos afirmar que o braço “S” idealmente oferece a menor distorção de rastreamento lateral e vertical seguido de perto pelo braço em “J” e, em último lugar, o braço “I”.
Geralmente, os braços “S” não são vistos em toca discos pequenos. Os braços “I” podem ser montados em toca discos menores ou maiores, mas retêm a maior distorção da agulha e são os mais sensíveis aos ajustes da cápsula e à influência externa, como vibrações e distorções verticais.
Então por que os braços em “I” são mais usados? Simplesmente por uma questão de economia, pois gastam menos material. Os fabricantes economizam dinheiro em custos, mas cobram mais dos consumidores que obtêm muito menos desempenho. Custa menos em materiais para construir um toca discos menor e com braços retos.
Portanto, não é apenas uma questão de estética qual é o formato do braço do seu toca discos, é uma questão de qualidade de reprodução. E se você não ficou convencido, leia esta análise técnica feita por um profissional do ramo publicada no site http://www.kabusa.com/.
Os dois toca discos com melhor custo benefício do mercado com braços retos e curvos.
1) Audio-Technica AT-LP60X-GM
O melhor custo benefício de um toca discos com braço reto? Talvez. Para mim, atualmente, a Audio-Technica tem o melhor custo-benefício do mercado de toca discos. Seus aparelhos não são os melhores de entrada, mas estão quase lá, o preço compensa e eles entregam o que prometem.
Hoje, se eu fosse começar no mundo do vinil e tivesse que escolher um toca discos para o meu set de som, eu iniciaria por ele. Eu teria uma boa experiência com a música analógica, não danificaria meus discos e seria um aparelho fácil de vender quando eu quisesse fazer um upgrade no meu conjunto de som.
Este aparelho ainda tem a vantagem de vir com um pré-amplificador phono acoplado à sua mecânica permitindo ligar diretamente em outros aparelhos de som que você tenha em casa com um simples cabo RCA e nada mais.
Vou além, hoje, como iniciante, e com um orçamento de aproximadamente R$2500,00 (escrevo esse artigo em junho de 2021) eu compraria o seguinte set:
- Toca discos Audio-Technica Automático At-Lp60X-Gm (confira o aparelho aqui)
- Amplificador Frahm, Slim 1800 (confira o amplificador aqui)
- Caixa de Som, Edifier R1000T4, 24W RMS (confira aqui)
2) Audio-Technica AT-LP120X
Para mim, atualmente, o Audio-Technica AT LP120XUSB tem o melhor custo-benefício do mercado de toca discos.
O Audio-Technica AT LP120XUSB vem com cápsula AT95E, uma das melhores que você pode encontrar nesta faixa de aparelhos de entrada. Ele tem três velocidades (a usuais de 33⅓ rpm, 45rpm, além da 78rpm), o que é um diferencial em relação aos seus concorrentes diretos que, em geral, só vem com duas velocidades de reprodução.
Conta ainda à favor do Audio-Technica AT LP120XUSB o fato de sua capsula/agulha de fábrica ser uma das melhores do mercado de entrada (o meu veio com uma agulha elíptica ótima), isso porque seu braço em “S” (de metal, diga-se) é melhor escolha comparado aos braços retos dos concorrentes:
- Marantz TT-15S1
- Rega Planar 3 (Red)
- Pro-Ject Debut Carbon EVO Satin Blue Finish
- Rega Planar 1 Plus Matte White
- Pro-Ject T1 (Black) com capsula Ortofon OM5e
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