Robert Johnson: “King of the Delta Blues Singers” – História e Mitos de um Disco

Mergulhe no clássico de 1961 que apresentou Robert Johnson ao mundo: revisite sua breve vida, descubra lendas de pactos na encruzilhada, entenda o impacto cultural do Delta Blues e veja por que suas 29 gravações ainda moldam rock, folk e jazz contemporâneos.

Robert Johnson - King of the Delta Blues Singers (1961, Columbia Rec)

Introdução

“King of the Delta Blues Singers” é uma coletânea com dezesseis gravações históricas do músico norte-americano de blues Robert Johnson, realizadas entre novembro de 1936 e junho de 1937, e lançado em 1961 pela Columbia Records. É considerado um dos maiores e mais influentes lançamentos da história do blues. Em 2020, a Rolling Stone classificou-o como número 374 em sua lista dos 500 Maiores Álbuns de Todos os Tempos.

Robert Johnson é sinônimo de mito e essa coletânea intitulada “King of the Delta Blues Singers”, lançada pela Columbia Records, em 1961 é uma das provas deixadas por ele. Raul Seixas, há tempos, já cantava que o diabo é o pai do Rock. Se o Blues é o pai do Rock então deve existir alguma ligação.

Morreu em 1938, com a idade cabalística de 27 anos e deixou apenas 29 músicas (todas clássicos do delta blues) gravadas, sem nunca saborear o sucesso e em circunstâncias discutidas até hoje.

Capa do disco King of the Delta Blues Singers de Robert Johnson em vinil, arte Columbia 1961 restaurada.
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O Robert Johnson histórico

Robert Leroy Johnson nasceu supostamente no dia 08 de maio de 1911, na cidade de Hazlenhurst no Mississipi. Um menino que queria fazer música mas não tinha a permissão dos pais. Nesta época os templos do blues não eram as casas badaladas de Chicago, mas sim as chamadas jook joints. Robert saía as escondidas de noite a procura jook em que seu ídolos Son House ou Willie Brown estivessem tocando.

Nascido Robert Spencer ele adotou o sobrenome de seu pai biológico, que ele nunca conheceu, quando era adolescente. Ainda criança, aprendeu a tocar gaita e a harpa dos judeus, embora esperasse muitos anos antes de aprender a tocar violão.

Robert casou-se com Virgina Travis em fevereiro de 1929. No ano seguinte, sua jovem esposa morreu no parto. Foi naquele verão que Robert, sofrendo de um grave caso de blues, ouviu pela primeira vez Son House. Robert foi profundamente afetado pelo grande bluesman do Mississippi e começou a segui-lo e seu parceiro, Willie Brown, em todos os lugares. Quando os bluesman faziam pausas durante suas apresentações, Robert se convidava ao palco para apresentações breves e, segundo todos os relatos, medíocres.

Esperando começar uma carreira própria, ele deixou essa cena para o sul do Mississippi, onde tocou em juke joints. Foi lá que ele conheceu e se casou secretamente com Callie Craft em maio de 1931.

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O vendedor da ARC, Ernie Oertle, ligou Johnson a Don Law, que posteriormente realizou cinco sessões de gravação com ele. Três sessões ocorreram em um quarto de hotel em San Antonio, Texas, em novembro de 1936; houve mais dois em junho do ano seguinte, em um prédio de escritórios em Dallas.

Johnson recebeu algumas centenas de dólares pelos 29 lados que gravou, o que era bastante substancial na época, para um homem negro no Mississippi. Ele se tornou uma espécie de estrela em seu estado natal e viajou constantemente por grande parte do país, tocando em qualquer lugar que pudesse.

Ele estava tocando uma juke joint no Mississippi no verão de 1938, quando foi envenenado, provavelmente por uma namorada ciumenta. Ele sofreu na cama por alguns dias antes de morrer em 16 de agosto.

Johnson era um bluesman do Delta cujo virtuosismo é virtualmente incomparável. Ele desenvolveu seu estilo de slide assistindo lendas locais como Son House e Charley Patton, mas foi mais influenciado pelo bluesman local Ike Zinneman, cuja música nunca foi gravada.

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Robert Johnson tornou-se o bluesman mais célebre da história. Tanto sua música quanto suas letras receberam atenção e elogios de fãs de música e acadêmicos, já que sua música alcançou um público mais amplo na década de 1960. Em 1961, a Columbia lançou a primeira compilação de sua música, “King of the Delta Blues Singers”; um segundo volume seguiu em 1970.

Após anos de atrasos legais, suas obras completas foram finalmente lançadas em 1990. “The Complete Recordings” superou todas as expectativas, vendendo mais de um milhão de cópias e se tornando o álbum de blues mais vendido da história.

O impacto de Johnson no blues, folk, country e rock é praticamente imensurável, influenciando artistas como Led Zeppelin, Bob Dylan e The Rolling Stones.

Ilustração vintage mostrando Robert Johnson gravando em 1936, virado para a parede em um quarto de hotel em San Antonio.
Robert Johnson gravando em 1936, virado para a parede em um quarto de hotel em San Antonio. Clique aqui e conheça sua biografia.

O Mítico Robert Johnson

Existem tantos mitos sobre Robert Johnson quanto fatos comprovados. Sabemos que ele adorava vinho e mulheres, e que nunca gostou de ficar em um lugar por muito tempo. Três temas recorrentes podem ser identificados nas letras de Johnson: sua necessidade de estar sempre em movimento; sexo e relacionamentos com mulheres; e sua sensação de estar sempre sendo assombrado e atormentado.

No início de sua carreira, aos olhos de Son House de Willie Brown, Robert Johnson era apenas um aprendiz promissor. Mas tudo mudou repentinamente. E aí entra a lenda de um pacto diabólico, pois dias depois, Robert voltaria a encontrar com Son House e Willie Brown, quando toca um blues como eles nunca haviam visto antes.

Algumas de suas músicas citam explicitamente o demônio vide “Hellhound On My Trail”, “Me an The Devil Blues” e “Preaching The Blues”, todas presentes no repertório de “King of the Delta Blues Singers”.

Ainda existia outra peculiaridade em Robert Johnson. Ele podia estar em um bar completamente submerso em uma conversa e nem prestando atenção na canção que tocava ao fundo no rádio, porém no dia seguinte era capaz de tocar a música que passou no rádio naquela ocasião, nota por nota.

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A Lenda da Morte de Robert Johnson

Reza a lenda que este elo entre o o Blues e o diabo atendia por Robert Johnson. Em busca de um pai que nunca conhecera, Robert Johnson era um eterno e errante viajante, supostamente o homem que fez, em uma encruzilhada, um pacto com o diabo em troca de sua genialidade musical.

Conta-se que Robert Johnson estava tocando em uma espelunca chamada de Three Forks (Tridente, o símbolo do diabo) e sem saber tomou intimidades com a esposa do dono da espelunca. Vingativo, o dono do bar serviu uma garrafa de uísque já aberta para Robert Johnson.

O mestre Sonny Boy Willianson, outra atração da noite, percebeu a armadilha e esbarrou “acidentalmente” na garrafa jogando-a no chão. Irado, Robert Johnson disse a Sonny Boy que nunca mais tocasse na sua garrafa.

Mais uma vez, o dono do boteco mandou uma garrafa com o lacre aberto e batizada com estricnina. O músico tomou o uísque, tocou e cantou  a noite toda passando mal. Foi levado a casa de um amigo depois de show e contraiu uma pneumonia, morrendo no dia 16 de agosto.

Durante muito tempo acreditou-se que ele havia sido apunhalado por uma mulher ciumenta e durante anos sua morte foi envolta em muitos mistérios.

Inclusive, a lenda diz que ele teria morrido nos braços do diabo que veio busca-lo pessoalmente. A família declarou que Robert Johnson assinou sua conversão antes de morrer em um pedaço de linho.

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O Rei dos Cantores de Blues no Delta do Mississippi

Encontrado pelo caçador de talentos H. C. Speir da Race Records, Roberto Johnson fez suas primeiras gravações aos 25 anos num quarto de hotel em San Antonio, tocando e cantando virado para a parede.

Robert Johnson gravou 29 canções que entrariam para a história do Blues o faria ídolo de personagens como Eric Clapton e Rolling Stones, e seria, mais tarde, considerado um dos mais influentes e grandiosos discos da história do blues.

Laboratório sonoro em 78 rpm

Três microfones RCA, um quarto de hotel em San Antonio, paredes nuas como painel acústico improvisado. Quando Johnson gravou “Terraplane Blues” virado para a parede, criou‑se um fenômeno de cancelamento de fase natural que faz sua voz parecer límpida e centrada. Essa “trave sonora” vitrou suas gravações; hoje, as reedições preservam a coloração original, e o ruído residual vira tempero — não defeito.

As sessões realizadas em novembro de 1936 e junho do ano seguinte registraram clássicos como “Cross Road Blues”, “Terraplane Blues”, “Come On in My Kitchen”, “Walkin’ Blues”, “Kind Hearted Woman Blues”, “Preachin’ Blues”, “Ramblin’ on My Mind”, “Me and the Devil Blues” e “Hellhound on My Trail”, todas preenchendo boa parte desta coletânea obrigatória.

Sem dúvidas, essa coletânea é um dos maiores clássicos da música ocidental e um dos principais registros da era do vinil!

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Top 5: As 5 Melhores Músicas de Robert Johnson

  1. “Cross Road Blues” – Ataques rápidos de palheta e slides
  2. “Hellhound on My Trail” – Clímax vocal e dinâmica de tensão
  3. “Love in Vain” – Silêncio e espaço entre frases
  4. “Me and the Devil Blues” – Timbres ásperos e sibilantes
  5. “Kind‑Hearted Woman” –  Blues Grave de cordas cheio e quente

Por que este LP ainda soa moderno?

Sempre que coloco King of the Delta Blues Singers pra girar — no meu Audio‑Technica AT‑LP120 conectado a um pré Cambridge Audio Alva Duo, um receiver Onkyo TX-8220 e empurrando um par de Yamaha NS-F51 — a sala muda de temperatura.

O violão ressoa como se fosse tocado no armário da minha casa, a voz rasgada fura o ar, e o estalo da palheta vira percussão. Streaming entrega praticidade, mas nenhuma plataforma digital reproduz a poeira, o ranger de trastes e a pressão de ar que escapam dos sulcos prensados em 180 g.

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Conclusão

Ouvir Robert Johnson em vinil é encarar a própria invenção do blues como estilo de vida. O chiado inicial é convite, não obstáculo; a cada dedilhado você quase vê o Mississippi riscando o horizonte.

Se algum dia existiu pacto na encruzilhada, o resultado palpável está nos sulcos que giram debaixo da agulha. Invista num setup honesto, conserve seus discos, e abrace as imperfeições — nelas mora a transcendência.

Agora é sua vez: deixe um comentário contando sua experiência, compartilhe este artigo com quem ama música e ajude a manter viva a voz que moldou todo o rock que viria depois.

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