Descubra os 11 álbuns de death metal indispensáveis para qualquer coleção de vinil. Este guia definitivo mergulha nas raízes do gênero, destacando obras essenciais que moldaram o death metal. Prepare-se para explorar a intensidade e a paixão por trás desses discos icônicos.
Introdução
O death metal é uma digressão do heavy metal que apresenta guitarras distorcidas, blast beats, progressões de acordes cromáticos e mudanças abruptas no andamento e fórmula de compasso também são comuns. Os vocalistas adotam estilos vocais guturais e utilizam lirismo sombrio e muitas vezes vulgar que mergulha na violência, anti-religiosidade, política, filosofia, ficção científica e morte.
Abaixo trago alguns discos essenciais para você ter na sua coleção e entender as muitas formas que o death metal pode ter Estes não seriam melhores discos do metal da morte, mas apenas discos pontuais que se destacam em suas diferentes expressões.
Quando o death metal foi criado?
O death metal foi criado em meados dos anos 1980, na Flórida, Estados Unidos, por bandas que queriam elevar o thrash metal a um novo patamar de extremismo musical. Bandas como o Slayer, Kreator, Sarcófago, Sepultura e o Hellhammer fizeram a transição de peso e velocidade do thrash metal para o death metal.
Estas bandas aumentaram a agressividade e a velocidade enquanto utilizavam vocais tensos e não melódicos e riffs cromáticos, preparando o terreno para que outros nomes como Death, Possessed e Morbid Angel inaugurassem o death metal à partir de 1985, consolidando-o como um novo estilo musical bem definido à partir de 1987, com o lançamento de “Scream Bloody Gore”, do Death.
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O death metal é Satânico?
O death metal pode ser satânico, principalmente em sua fusões com o black metal (este sim, um estilo predominantemente satânico), mas esta não é uma condição necessária para uma banda ser de death metal.
Como bem registrado no site Gaveta de Bagunças em um artigo sobre o death metal, este estilo “tem como foco principal, desde seu advento, explorar temas incômodos, indo alem dos paradigmas pré-estabelecidos pelas convenções. A sonoridade sempre mostrou total indignação aos belos padrões musicais e sociais, sem que isso depreciasse o produto artístico final.”
Portanto, o satanismo pode ser um meio para atingir este fim, assim como temos incômodos para a maioria das pessoas: niilismo, guerras, necropsia médico-legal, canibalismo, decapitação, e toda inspiração que pudesse ser tirada de filmes de terror classe B.
Por que o death metal não é popular?
Minha resposta sobre esta pergunta é mais uma opinião do que uma verdade. O death metal é um gênero desconcertante para muitas pessoas. A música é agressiva, dissonante e intimidadora, as letras costumam buscar o que há de mais sombrio e deturpado na mente humana, salvo em raras exceções. Desde o seu nascimento em meados dos anos 80, o death metal ganhou fama por seu extremismo, a ponto de esta música “inaudível” inevitavelmente se tornar parte da cultura pop.
Os 15 Discos de death metal que você deveria ter na sua coleção:
Primeiramente, minha lista não busca os cânones do death metal, mas álbuns que considero ótimas mostras da variedade que este estilo tão subestimado pode apresentar. O principal é ouvir cada disco e identificar qual mais caiu em seu apreço pessoal, e assim partir para novas descobertas do mundo da “podreira” musical.
Confesso que foi difícil escolher somente 15 itens, mas aqui estão os álbuns que mais gosto dentro do estilo. E lembre-se, o melhor das listas é o que não está nelas!
1. Napalm Death: From Enslavement To Obliteration (1988)
Um disco com vinte e duas músicas em 1988 era no mínimo curioso. Tudo bem que os fãs do Napalm Death já haviam experimentado o álbum anterior, “Scum”, com 28 exemplos de pura brutalidade na velocidade da luz. Não há como negar que “Harmony Corruption”, terceiro disco lançado em 1990, completava a metamorfose do Napalm Death, formatando, enfim, sua personalidade musical dentro do death metal.
Mas “From Enslavement To Obliteration”, segundo álbum do Napalm Death, pode não ser seu mais clássico petardo, mas foi minha porta de entrada na música extrema e por isso está nesta lista. Músicas como “Evolved As One”, “Unchallenged Hate”, “From Enslavement to Obliteration”, “Practice What You Preach” e “Mentally Murdered ” me soavam muito musicais em meio a toda a brutalidade impressa naquele disco preto, que mais tarde eu descobria se tratar de um álbum de grindcore.
2. Celtic Frost: To Mega Therion (1985)
“To Mega Therion”, lendário segundo álbum do Celtic Frost, possui a melhor capa que um álbum de metal extremo já apresentou até os dias de hoje. A obra de H. R. Gigger estampava o segundo álbum dos suíços pioneiros da cena death metal, trazendo muito bem a música que ali estava: arte extrema obscura e provocadora!
O Celtic Frost nasceu das cinzas do Hellhammer, um dos inspiradores do gênero e apresenta neste álbum clássicos sem par, como se estivéssemos diante de uma coletânea. Basta lembrar que a antológica canção “Circle Of The Tyrants” abre o lado B do vinil. Um dos álbuns mais influentes do gênero.
3. Possessed: Seven Churches (1985)
O álbum responsável por avançar as fronteiras do thrash metal rumo ao death metal. Se existe uma banda pioneira para o death metal esta seria o Possessed, que implementou vocais mais agressivos, acelerou o máximo as suas canções e influenciou 90% dos nomes elencados nesta lista.
Canções como “The Exorcist” (onde temos um prenúncio dos blast beats), a assustadora “Pentagram”, “Twisted Minds” e a violenta “Death Metal” lideravam o repertório avassalador deste primeiro e auto-intitulado disco de estúdio e mostravam que o Possessed poderia ser mais rápido e mais satânico que o Venom.
4. Death: The Sound Of Perseverance (1998)
Ao contrário do que se pensa, é necessária muita técnica para desenvolver um bom death metal. Quando se deseja misturar o estilo brutal e rápido com elementos da música progressiva o pré-requisito é ainda mais elevado. Dito isso, vamos a “The Sound of Perseverance”, do Death, um disco que mostra bem isso.
O Death sempre foi a banda que mais mostrou evolução dentro do death metal e, quiçá, a mais importante do segmento, sendo um dos idealizadores do technical death metal. “The Sound of Perseverance” foi seu último disco de estúdio, exagerando no bom gosto de canções velozes, intricadas e diferenciadas.
Nada aqui é previsível, e canções como “Scavenger of Human Sorrow”, “Bite The Pain”, a monstruosa “Spirit Crusher”, “To Forgive Is To Suffer” e o cover para “Painkiller” (do Judas Priest), mostram que o death metal tem sua classe. Arrisco a dizer que este é o melhor disco da lista.
5. Carcass: Heartwork (1993)
Sem sombra de dúvida, o Carcass é uma das bandas mais surpreendentes da história do heavy metal. Uma banda que começou tocando uma violentíssima, dura e ininteligível descarga sonora, com letras degradantes e nojentas em seus primeiros álbuns, consolidando o splatter junto com o Cannibal Corpse, e tornou-se um dos mais requintados e técnicos grupos no heavy metal de sua época.
Tido com um dos maiores discos de death metal da história, “Heartwork” é a pedra fundamenta do que se convencionou como melodic death metal. Com isso, um dos pilares do grindcore e do splatter metal que era o Carcass, mostrou como seria possível, de modo homogêneo, misturar os elementos do heavy metal clássico com os vocais agressivos do death metal e requintar mais sua produção.
Desta forma, “Heartwork”, “No Love Lost”, “Death Certificate”, “Carnal Forge” e “Buried Dreams” nos diziam que nem só de “podreira” vive o death metal.
6. Brujeria: Matando Gueros (1993)
O termo brujeria foi associado a um dos massacres mais terríveis da historia mexicana, onde 24 pessoas foram encontradas mortas com o corpo esquartejado e na parede estava escrita a palavra brujeria.
Neste caso do death metal, Brujeria se refere a um verdadeiro dream team do rock pesado em prol da música extrema. Membros do Fear Factory, Faith No More e Napalm Death se juntaram a descendentes de mexicanos para formar uma banda insana.
O Brujeria conseguiu criar toda uma mística em seu entorno, misturando o submundo do tráfico de drogas a rituais satânicos, pincelados por prostituição e necrofilia. “Matando Gueros” é um acepipe diferenciado dentro do cenário do death metal, com vocalizações em espanhol, a cargo de Juan Brujo, que causam um impacto assustador. Experimente “Matando Gueros”, “Molestando Niños Muertos” e “Santa Lúcia”.
7. Cannibal Corpse: Tomb of Mutilated (1992)
“Tomb of Mutilated”, do Cannibal Corpse, foi o momento em que o death metal chegou a ser “pop”, afinal a banda apareceu no filme “Ace Ventura”, em 1994, executando exatamente a faixa de abertura deste álbum, a “belíssima canção” “Hammer Smashed Face”.
Sem dúvidas “Tomb of Mutilated” não vale somente por este clássico absoluto, pois ainda temos os poéticos versos de “I Cum Blood”, “Addicted to Vaginal Skin”, “Post Mortal Ejaculation” e “Entrails Ripped from a Virgin” entoados pelo vocal gutural de Chris Barnes, à época vocalista do Cannibal Corpse.
A capa era ainda mais pitoresca e ainda trazia um casal de corpos em decomposição numa cena explícita de sexo oral, que obviamente trouxe impacto ao nome do Cannibal Corpse, pela censura. Por isso tudo, este álbum é um curso intensivo do que é o death metal, à moda splatter do Cannibal Corpse.
8. Amorphis: Tales From a Thousand Lakes (1995)
O Amorphis é um dos nomes do death metal que apresentou a maior metamorfose sonora ao longo da carreira. A banda finlandesa primava por um death metal que misturava passagens de progressivo resultando em um estilo único. Com o tempo foram agregando elementos diversos e, hoje em dia, os traços do som brutais de outrora estão mesclados às melodias inventivas do prog metal.
Mas em “Tales From a Thousand Lakes”, o Amorphis estava em sua melhor versão e primava por um death metal que misturava passagens progressivas resultando em um estilo único, onde sua perspicácia e originalidade os guiaram até está obra magnífica.
Canções como “Black Winter Day”, “Forgotten Sunrise”, “Magic and Mayhem” e “Moon And Sun” mesclavam elementos de heavy metal tradicional, doom metal, progressivo, mas sem deixar o death metal de lado. Sem dúvidas, o disco mais “bonito” da lista.
9. Morbid Angel: Altars Of Madness (1989)
Uma das primeiras bandas de death metal da história, o Morbid Angel pertencia à fortíssima cena da Florida (que também nos deu o Obituary, o Deicide e o Cannibal Corpse). Eles produziram seu primeiro álbum em 1986, pela Earache Records, denominado “Abomination of Desolation”, porem ele só foi liberado em 1991.
O segundo álbum, “Altar of Madness”, foi lançado primeiro e se tornou um sucesso em todo o underground por canções icônicas como “Immortal Rites”, “Visions From The Other Side”, “Maze of Torment”, “Lord of Fevers and Plague” e “Blasphemy”. Este disco é tão importante, que teve reflexos intensos na cena norueguesa do black metal!
10. Obituary: Cause Of Death (1990)
A banda com mais groove da lista, o Obituary talvez seja uma das mais interessantes do death metal, pelo menos é uma das minhas favoritas. Geralmente quando se pensa em death metal old school, o Obituary (junto com o Cannibal Corpse) vem rapidamente à mente, pela fórmula desenvolvida em seus cinco primeiros e irrepreensíveis álbuns de estúdio.
“Cause of Death” é o segundo álbum do Obituary e traz clássicos do quilate de “Dying”, “Find The Arise”, “Chopped In Half”, um cover épico para “Circle Of The Tyrants”, e a faixa-título é uma aula de death metal! O Obituary conquistou muitos fãs pelos riffs endiabrados da dupla de guitarras, a cargo de Trevor Perez e o gênio James Murphy, além da cozinha violentíssima.
11. Entombed: Left Hand Path (1989)
Um das cenas mais interessantes do estilo ficava na Escandinávia. O líder deste movimento era o Entombed que causou alvoroço desde a primeira demo, “But Life Goes On”, que logo chamou a atenção da Earache Records.
Com este primeiro álbum, “Left Hand Path”, lançado em 1989, mostraram um death metal pesado, sujo e intenso, mas muito influenciado pelo rock n’ roll setentista, algo que ficaria nítido com o passar dos anos. Mas são deste álbum, “Left Hand Path”, “But Life Goes On”, “Drowned” e “Bitter Loss”. Além disso, é impossível não se impressionar com a timbragem das guitarras deste álbum.
Leia Mais: O que é Death Metal? 70 Melhores Discos Para Conhecer o Metal da Morte
Conclusão
A jornada pelo death metal é uma exploração de limites sonoros e temáticos. Os 11 álbuns destacados são mais do que música; são artefatos culturais que capturam a essência de um gênero em constante evolução. Ao incorporá-los à sua coleção de vinil, você não apenas preserva a história do death metal, mas também garante uma experiência auditiva rica e profunda. Este guia serve como um ponto de partida para descobrir a diversidade e a profundidade do death metal, incentivando a exploração contínua dentro deste gênero fascinante.
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Uma excelente lista se é q se pode chamar tudo isso aí de “death metal”