Queremos apresentar 10 importantes discos da NWOBHM que não são necessariamente os melhores do movimento, mas aqueles que são obrigatórios para se ter na coleção, principalmente se você é fã de heavy metal.
A New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM) foi um período entre 1979 e 1981 quando uma nova geração de bandas de cabeludos emergiram praticando um tipo de heavy rock que o punk tentou varrer para baixo do tapete.
O termo foi primeiramente usado por Alan Lewis, editor do periódico Sounds, em 1979, e foi usado para englobar bandas que se influenciavam em peso-pesados da década de 1970, não-necessariamente ingleses, como Black Sabbath, UFO, Scorpions, Motorhead, Judas Priest e Rainbow.
Antes destas bandas começarem a tocar ao vivo e a gravar seus discos, os grupos que ainda ostentavam a bandeira do Heavy Metal no Reino Unido eram o Judas Priest e o Black Sabbath. Pouco a pouco, a coisa foi crescendo e apareceram os nomes mais icônicos do movimento em seu princípio, como Def Leppard, de Sheffield, o Iron Maiden de Londres, o Saxon de Yorkshire e o Venom de Newcastle.
Mas a fertilidade do heavy metal na Inglaterra gerou uma quantidade enorme de bandas nesse período, com maior ou menor destaque, como Diamond Head, Raven, Girlschool, Satan, Blitzkrieg, Tygers of Pan Tang, Witchfynde, Angel Witch, Holocaust, Jaguar, Demon e Samson.
Todas essas foram bandas importantes para o desenvolvimento do heavy metal na década de 1980, principalmente para o advento do thrash metal, influenciando diretamente nomes pioneiros como Metallica, Slayer, Megadeth, Anthrax e Testament.
Os 10 Discos da NWOBHM Obrigatórios Na Sua Coleção
Queremos apresentar 10 importantes discos da NWOBHM que não são necessariamente os melhores do movimento, mas aqueles que são obrigatórios para se ter na coleção, principalmente se você é fã de heavy metal.
1. Iron Maiden – “The Number of the Beast” (1982)
Esse certamente é um dos cinco maiores discos da história do heavy metal. Sua faixa-título foi inspirada no filme “A Profecia” e se tornou talvez a música mais conhecida do Iron Maiden, mas está longe de ser a melhor música do disco. Aliás, esse disco traz a melhor composição do Iron Maiden para mim, “Hallowed Be Thy Name”. Nas palavras de Bruce Dickinson, “essa música e todo o disco levaram o Iron Maiden para um novo patamar”.
Esse é um disco marcante por diversas razões: a mudança de vocalista (de Paul Di’Anno para Bruce Dickinson), a temática apocalíptica que lhes rendeu o título de banda satânica do ano e a capa provocativa dando ainda mais poder à imagem do mascote Eddie, mas principalmente pelo repertório forte. E uma ouvida rápida em clássicos como “Run to the Hills”,”22 Acacia Avenue”, “Children of the Damned”, além das já citadas “The Number of the Beast” e “Hallowed Be Thy Name” corroboram essa afirmação de Bruce Dickinson, que também detecta o único defeito do disco: “O único erro que cometemos foi incluir ‘Gangland’ em vez de ‘Total Eclipse’. Mas o resto do álbum é fantástico”.
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2. Saxon – “Wheels of Steel” (1980)
Isso aqui é a “óleo essencial” da N.W.O.B.H.M! O Saxon apresentou entre 1980 e 1981 três clássicos indiscutíveis do heavy metal: “Wheels of Steel” (1980), “Strong Arm of the Law” (1980), “Denim & Leather” (1981). Apesar de gostar mais “Denim & Leather” (1981), não há como negar que “Wheels of Steel” (1980) definiu uma estética para o metal inglês.
Olha só a sequência matadora do lado A do vinil: “Motorcycle Man”, “Stand Up and Be Counted”, “747 (Strangers in the Night)”, e “Wheels of Steel”. Se você não soubesse nada sobre a N.W.O.B.H.M essas músicas seriam um bom resumo inicial.
Muito da sonoridade criada pela produção de Pete Hinton é copiada à exaustão até os dias de hoje, principalmente pela mistura de heavy metal com rock n’ roll, dotado de um espírito à lá “juventude transviada”. Um som direto, honesto e a ligação com a cultura “on the road” das motocicletas que definiu uma das facetas da NWOBHM.
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3. Angel Witch – “Angel Witch” (1980)
O Angel Witch apareceu na coletânea “Metal for Muthas”, a mesma que revelou nomes como Iron Maiden, Samson, e Praying Mantis. Tanto que na época, muitos apostavam mais no sucesso do Angel Witch do que no Iron Maiden.
A própria gravadora EMI cogitou assinar com a banda, mas como eles se apresentaram de forma nada profissional para os executivos da empresa e da imprensa. Com o Iron Maiden sendo a banda escolhida pela EMI, o Angel Witch assinou com a Bronze Records e lançou um dos grandes discos de estréia do heavy metal.
Lançado em novembro de 1980, o disco trazia um desfile de riffs diretos, palhetadas abafadas, melodias certeiras e refrãos intensos. Fato confirmado em faixas como “Atlantis”, “White Witch”, “Angel of Death” e a emblemática “Angel Witch”, ótimas amostras da forma criativa, inspirada e ousada que o power trio oferecia para a época.
Leia Mais: Angel Witch – “Angel Witch” (1980) | Você Devia Ouvir Isto!
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4. Diamond Head – “Lightning to the Nations” (1980)
Lançado no abrir das cortinas da década de 1980, “Lightning To The Nations” transpirava potencial metálico, aliando energia, peso, melodia, simplicidade e um pouco de modernidade, formando um conjunto audacioso de canções. Ao mesmo tempo, a impressão é que o Diamond Head seguia na contra-mão da influência musical do punk (como nos primeiros álbuns do Iron Maiden) e investiam em peso acelerado nas canções longas, quase como uma reencarnação de um nome da tríade sagrada Zeppelin-Sabbath-Purple, esperando por lapidação.
Imprimiram mais velocidade na cartilha do rock pesado ensinada na década anterior, mas a não suavização das arestas sonoras e a falta de orientação profissional fizeram o potencial da banda ser limado e se perder pelo caminho. Obviamente os registros perpetrados pelo Metallica de mais da metade das canções presentes em “Lightning To The Nations” (como Am I Evil”, “Helpless”, “The Prince” e “It’s Electric” ) fez com que grande parte do trabalho se tornasse conhecido, mesmo poucos tendo contato com as versões originais do Diamond Head, um dos pilares da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM).
Leia Mais: Diamond Head – “Lightning to the Nations” (1980) | Você Devia Ouvir Isto
5. Satan – “Court in the Act” (1983)
O Satan foi uma das bandas mais emblemáticas da NWOBHM, não apenas pela força e ousadia de seu nome, mas também pela música que praticava. Numa época onde o heavy metal caminhava para o extremismo tanto de musicalidade quanto de temática obscura, era óbvio que o Satan fosse tida como uma banda satanista. “Court in the Act”, o então primeiro disco de estúdio do Satan seria lançado em 1983 e era a NWOBHM em essência.
Isso pode ser percebido em faixas de destaque como “Trial By Fire” (com guitarras rápidas e afiadíssimas), “Broken Treaties” (uma típica composição da NWOBHM) e “No Turning Back” (com raízes fincadas no heavy rock setentista), que trazem demonstrações do quão inventivos eles podiam ser em termos de estruturas e mudanças de direção.
6. Def Leppard – “On Through the Night” (1980)
Antes do som radiofônico e comercial dos multi-platinados ‘Pyromania” (1983) e “Hysteria” (1987), o Def Leppard ajudou a solidificar o heavy metal britânico nos anos 1980. Tudo bem que “Hello America” já revelava as intensões da banda desde seu primeiro disco, “On Through the Night”, um disco que engrossa o caldo de clássicos da N.W.O.B.H.M.
É fato que eles miravam uma diferente de seus contemporâneos como Iron Maiden e o Saxon, mas não dá pra discutir que faixas como são o típico heavy metal. O ápice de sua música viria em “High and Dry”, próximo trabalho, mas já se distanciavam com força até do que ouvimos aqui.
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7. Venom: “Black Metal” (1982)
Formado no final dos anos 70 , na cidade de Newcastle , o Venom logo foi batizado de trio cavernoso por causa de seu primeiro disco, “Welcome to Hell” (1981), que apesar da agressividade e o nível de blasfêmia, ainda estava musicalmente inserido na NWOBHM.
Foi com “Black Metal”, de 1982, que a banda definiu um estilo para si, batizando-o junto com o álbum que os colocou na história do heavy metal por trazer faixas como “Black Metal”, “To Hell And Back”, “Teacher’s Pet”, e “Countess Bathory”.
Com um som pesado, massacrante, e sujo, pseudônimos mitológicos, produção crua e blasfêmia, eles elevaram o proto-satanismo do Black Sabbath a um alto patamar provocativo e blasfemo, usando a potência musical do Motorhead para criar uma sonoridade crua, agressiva, cavernosa e que emoldurava seu satanismo gótico, que beirava a ingenuidade.
Esse disco é um dos pilares do black metal como vimos nessa lista de 18 Discos Essenciais do Black Metal.
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8. Samson – “Head On” (1980)
Esse é um dos discos que ajudaram a definir a NWOBHM em suas bases, principalmente em faixas como “Hard Times”, “Vice Versa”, “Manwatcher”, “Hammerhead” e “Take Me to Your Leader”, que faziam do Samson um dos postulantes a líder do novo movimento dentro do heavy metal junto ao Iron Maiden, Saxon, Diamond Head e Angel Witch.
Segundo trabalho da banda liderada pelo guitarrista Paul Samson, “Head On” também trazia uma versão de “The Ides of March”, gravada posteriormente pelo Iron Maiden no disco “Killers” (1981), e aqui intitulada “Thunderbolt”. Isso se deu porque o baterista do Samson, Barry Purkis, tocou nos primórdios do Iron Maiden, e teria composto a música junto com Steve Harris.
O som do Samson aqui apresentado era herdeiro direto do rock inglês e até por isso as notas de hard rock e classic rock são marcantes na mistura musical da banda. Nesse contexto, músicas como “Take it Like a Man” e “Too Close to Rock” evidenciavam que o talento do Samson emanava, principalmente, do vocalista Bruce Bruce que iria fazer história no Iron Maiden.
9. Tygers of Pan Tang – “Spellbound” (1982)
O Tygers of Pan Tang já tinha lançado um ótimo primeiro disco, “Wildcat”, em 1980, mas as coisas começariam a acontecer, de fato, nesse segundo trabalho, “Spellbound”. Na esteira daquele debut entraria em cena John Sykes, um exímio guitarrista que depois marcaria o rock em clássicos de Whitesnake e Thin Lizzy. Com Sykes em ação, o Tygers of Pan Tang ganhou em musicalidade e aquele som crú do debut ficou no passado. Outra mudança importante foi a saída de Jess Cox.
10. Witchfynde – “Give em’ Hell” (1980)
Esse disco é um precursor pouco creditado. Antes mesmo de Venom e Bathory levarem o ocultismo e satanismo para seus discos, “Give em’ Hell” trazia essa capa macabra e de roupagem direta. Porém, mesmo se encaixando na NWOBHM, o Witchfynde era mais voltado aos aspectos setentistas, fazendo em 1980 o que as bandas modernas de occult rock tentam fazer hoje. Aquela ideia de misturar peso lapidado com ganchos melódicos saborosos e letras obscuras já era aplicado aqui, erigida sobre as possibilidades mais obscuras do blues.
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