Raveo Concert One | Vale a Pena ou Não, Comprar?

O Raveo Concert One se propôs ser a resposta ao problemas que toda pessoa que resolve entrar no mundo do vinil passa no início: qual aparelho comprar? Salvo em raríssimas exceções, o orçamento desse iniciante é apertado e os mais desavisados descobrem que o colecionismo de discos pode ser um hobby caro.

Afinal, quando se toma contato com os valores dos aparelhos, as múltiplas opções de modelos, marcas, agulhas e capsulas, tudo fica ainda mais labiríntico e hermético na mente do “neófito”. Após a primeira questão que abre o nosso artigo surge outra não menos confusa: é melhor um aparelho vintage ou moderno?

A resposta desse pergunta é ainda mais confusa, pois depende de quais são suas opções dentro do seu orçamento. Existem aparelhos vintage que são o santo graal dos toca-discos, assim como vários da mesma categoria que são bem ruins. O mesmo acontece com o aparelhos modernos, em geral, mais caros.

Existem boas opções, mas também aparelhos que te darão uma péssima qualidade de som além de estragar seus discos, como é o caso destas vinyl killers que estão vendendo hoje em dia. Uma das boas opções, mesmo com ressalvas, para quem quer começar no mundo do vinil é o Raveo Concert One, o qual você pode conferir o valor nesse link.

Conhecendo o RAVEO CONCERT ONE

Este aparelho inspirado nos modelos modulares, feitos em aço escovado, com medidores tipo VU, dos anos 1970 e 1980 acaba se tornando uma boa opção para o iniciante. Afinal, ele já vem pronto para colocar seu discos para ouvir, conforme é apresentado no site da Raveo:

“O equipamento de alta-fidelidade Raveo Concert One não tem paralelo no atual mercado de áudio brasileiro. É um produto completo, composto por um receiver potente que reproduz as mais diversas mídias disponíveis, um par de caixas acústicas bem construídas, um toca-discos de qualidade superior e tudo isso com uma ótima relação custo-benefício.”

Essa descrição do fabricante é um tanto exagerada, mas tem suas verdades. Realmente, no mercado brasileiro atual é difícil encontrar aparelhos novos, o que dirá completo de fábrica, além das vinyl killers. Mas vamos olhar com mais calma as especificações e configurações deste aparelho. O modelo é composto por:

  1. Toca-discos de duas velocidades (33 1/3 e 45 RPM) Raveo TR-1000, com cápsula e agulha da japonesa Audio Technica, beltdrive, braço de metal, contra-peso e anti-skating, controle de pitch e tampa acrílica.
  2. Receiver RR-1000, com potência de 80 Watts, as opções de rádio FM, CD-player e conversor de MP3, além de entrada USB, tecnologia NFC (comunicação em campo próximo) e Bluetooth.
  3. Par de caixas acústicas Bookshelf de 4 ohms.
  4. Controle Remoto.

Ainda podemos apontar dentre suas características principais:

  • Agulha: Audio-Technica ATN3600L, cônica,
  • Rádio FM: 87,5 – 108 MHz
  • Entrada Auxiliar e Saída Auxiliar
  • Saída para Fone de Ouvido
  • Bi-volt

Raveo Concert One: Pontos Positivos e Negativos

Esse modelo de toca-discos é muito charmoso, isso não da pra negar. Esteticamente, o Raveo Concert One carrega consigo muito da imagética que hoje é associada ao fetiche da cultura no vinil. O que é uma forma de atrair o “neófito” e esconder os problemas que um “iniciado” se atentaria e até daria mais importância do que a estética.

Como por exemplo o fato do aparelho ser feito de plástico e não de aço escovado, como nossos olhos podem sugerir. Contudo, vamos voltar à apresentação do aparelho, para analisa-lo desde o início e verificar os seguintes pontos:

  1. O adjetivo potente é um tanto subjetivo, afinal são 80 Watts RMS de potência, mas oferecidos como 40 Watts por canal. Isso seria algo que ofenderia seus vizinhos, por exemplo, mas duvido muito que as caixas Bookshelf de 4 ohms cheguem a isso tudo.
  2. Assim como o “superior” que qualifica o toca-disco também é subjetivo, pois não estabelece um nível de comparação. É superior a qual aparelho? Os modelos da própria marca? Aos antigos Gradiente? Ao modelo de entrada da Audio-Technica?
  3. Por fim, a tal alta fidelidade de áudio é algo que não depende apenas do aparelho.

Mais especificamente, pontos positivos podem ser apontados como:

  1. O fato da mesa do toca-discos ter 2,5 kg de peso, mesmo sendo de plástico, garante a mínima estabilidade necessária frente as trepidações das ondas sonoras;
  2. Bom acabamento;
  3. Suportes (ou pés) do toca-discos não-ajustáveis, mas com amortecimento.
  4. Prato de metal;
  5. Controle de pitch;
  6. Queda do lift suave,
  7. Contra-peso regulável
  8. Permite substituição da cápsula e da agulha;
  9. Toca-discos com pré-amplificador embutido com chave seletora.
  10. Receiver com ajuste de grave e agudo
  11. Equalizações pré-programadas no receiver;

No entanto, deve-se atentar para outros pontos:

  1. O toca-discos é beltdrive, ou seja, funciona à base de correia, o que pode comprometer a precisão das rotações mesmo com o ajuste de pitch.
  2. O braço de metal ainda não é o ideal;
  3. Não permite troca da shell;
  4. A agulha, cônica, é o modelo mais simples da Audio-Technica, apesar da ponta de diamante e cápsula ser magnética;
  5. tracking force de 3,5 gramas não faz dela uma vinyl killer, mas está no limite do aceitável;
  6. A ondulação do prato é um problema, pois oscila muito o braço alterando a tracking force de forma crítica.

Portanto

Se o “superior” referido no anúncio foi em comparação aos outros aparelhos da marca Raveo, ele é, de fato. Porém, aparenta não ser um aparelho que vá durar por muito mais do que três ou cinco anos. Apesar do design, não podemos garantir que o aparelho não vá estragar seus discos, pois a tracking force está limite e o movimento ondulatório do prato aumenta este peso.

Com isso, como já vimos neste artigo, a agulha também pode ser prejudicada. Considero também o valor deste Raveo Concet One alto para o produto que entrega, sendo possível encontrar aparelhos vintage de melhor qualidade por muito menos. No fim, o custo-benefício pode ser o maior dos problemas do Raveo Concet One.

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Dicas de Toca-Discos para Iniciantes no Mundo do Vinil

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