Half-Speed Mastering (em tradução livre: Masterização a Meia Velocidade) é um termo usado para dar nome a uma técnica altamente precisa para o corte da master, ou seja, o primeiro disco que dá origem aos moldes.
Em suma, é uma técnica de prensagem que produz realmente discos de vinil em alta fidelidade, pois, simplificando a ideia, ao invés do disco master girar a 33 e 1/3 rpm durante o processo de corte, ele gira a 16 e 2/3 rpm.
Com isso, a Half-Speed Mastering gera uma gravação com mais precisão e acurácia, pois a agulha de corte tem, nesse formato, o dobro do tempo para “imprimir” as ondas sonoras com muito mais precisão, mesmo quando se trata de frequências extremas, ou muito graves ou muito agudas.
Consequentemente, a música registrada na master ficará mais precisa, o audio final gravado no disco de vinil será mais detalhado e definido (claro que perceber isso dependerá da qualidade do seu conjunto de áudio e do treinamento do seu ouvido).
Hoje, o especialista no mundo nessa técnica de Half-Speed Mastering é o estúdio Abbey Road (sim, aquele mesmo dos Beatles), liderado pelo engenheiro de som Miles Showell. Porém, essa técnica não é novidade, pois foi usada pela gravadora Decca entre 1958 e 1967 e, depois, pela gravadora Mobile Fidelity Sound Lab, mas nunca se popularizou tanto porque aumenta muito o tempo de produção de um disco.
Mas vamos aprofundar um pouco mais no tema.
BÁSICO: O QUE É UM DISCO MASTER?
Para entender o que o termo “masterização de meia velocidade” significa, devemos primeiro entender os fundamentos de como um disco master é cortado durante o processo de masterização. Em termos simples, para produzir um disco mestre, um disco de laca é colocado na máquina de corte, conhecido como torno ou prensa de masterização.
A cabeça de corte do torno grava a forma de onda da fonte na laca. Depois de concluído, o disco mestre de laca é usado para criar o carimbo que será usado na fabricação de discos de vinil. Todo o processo é um trabalho altamente qualificado e exige muita precisão.
No caso de masterização de meia velocidade, todo o processo é desacelerado para a metade da velocidade original. Com isso, o material de origem também é desacelerado o que significa que a gravação final ainda soará normal quando reproduzida.
Discos em Half-Speed Mastering são melhores?
Como já foi dito antes, na introdução do artigo, existem melhoras na definição das frequências. O sulco cortado em um disco de vinil é uma representação física das ondas sonoras que ouvimos como música.
As altas frequências, por definição, produzem ciclos transitórios muito rápidos que são mais difíceis de cortar do que as ondas sonoras de baixa frequência mais longas. Quando você divide a velocidade pela metade as frequências difíceis de cortar torna-se muito mais fácil, afinal tem-se o dobro de tempo para cortar um sulco mais intrincado, resultando em uma representação mais detalhada e de maior qualidade da fonte de som original.
Este corte mais detalhado pode ter benefícios particulares quanto a distorções no som que pode ser ouvido com uma maior resposta dinâmica e separação de instrumentos. Em essência, a masterização de meia velocidade resulta em um registro de som superior que é mais rico e completo nas frequências médias-baixas e mais suave na extremidade superior. A imagem estéreo é muito melhorada e o som geral é focado e envolvente.
Mesmo assim, especialistas advertem que, apesar da Half-Speed Mastering oferecer uma grande variedade de benefícios para a maioria das gravações, ela pode não ser adequada para alguns materiais e a o seu conjunto de áudio precisa ser minimamente adequado ao formato.
Ou seja, colocar um disco cortado em Half-Speed Mastering num conjunto de capsula e agulha de baixa qualidade, ou sum set de som com baixa performance de áudio, pode não ser o mais adequado.
Vale a pena comprar discos em Half-Speed Mastering?
Esta é uma pergunta pertinente, afinal, discos registrados nesse formato são, em geral, mais caros e apenas encontrados no mercado externo. A Half-Speed Mastering oferece uma grande variedade de benefícios potenciais, mas não é de forma alguma a solução para todos os problemas.
Se o material de origem não estiver à altura, cortar na metade da velocidade não resolverá nenhum problema inerente, o mais provável é que só servirá para destacar mais os problemas. Por exemplo, se o material estiver excessivamente comprimido ou simplesmente mal gravado, um master em Half-Speed Mastering não tornará o resultado final melhor.
O processo exige uma fonte de alta qualidade, os melhores equipamentos, um engenheiro altamente qualificado e muito mais tempo. Quando o conjunto é bem feito, porém, a diferença na qualidade do som sem dúvida vale o investimento, sem dúvidas.
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