Compactos, Singles e EP’s | O que são e quais as diferenças?

De modo simples, um compacto (ou single), no Brasil, era um disco de sete polegadas com cerca de três a cinco minutos de duração de cada lado, lançado por artistas para divulgar as músicas de trabalho. Esses compactos podiam ser simples ou duplos e também poderiam ser conhecidos como EP’s ou singles, dependendo da natureza do lançamento. Os compactos simples também ficaram conhecidos como discos de 45 rpm.

Em resumo:

  • Single (ou compactos): Possui, no máximo, quatro faixas com a música em sua versão geralmente em radio edit (versão editada para rádios) e dois remixes, além de um B-Side (faixa exclusiva do single).
  • Maxi Single (ou compactos duplos): Tem apenas um B-Side e geralmente várias faixas da música de trabalho em remixes ou apenas uma com a versão normal ou radio edit.
  • EP (Extended Play): Abreviado como EP, é uma gravação de trabalho que possui mais ou menos de quatro a oito músicas e são geralmente lançados apenas dois singles de trabalho dele, e algumas faixas são covers de outros artistas.

A HISTÓRIA DOS COMPACTOS (OU SINGLES)

A histórias das gravações fonográficas começa ainda no século XIX, com os cilindros do fonógrafo de Thomas Edison, passa pelo gramofone e os discos fonográficos feitos em goma-laca de Berliner, até chegar no long play de 12 polegadas em 1932.

Nos próximos cinquenta anos, o resistente disco de vinil iria reinar absoluto no mercado fonográfico, sendo pouco ameaçado pelas fitas cassete e pelos cartuchos Stereo 8. Seu reinado só seria ameaçado em 1982, com a chegada do CD (compact disc).

Quando surgiu, em 1932, o disco de vinil rodava a 33rpm e possibilitava a gravação de 25 minutos de música em cada lado. Esse modelo seria vital para popularizar o rock n’ roll, principalmente pelos discos de 7 polegadas e 45rpm que traziam os singles (no Brasil, conhecidos como compactos) de sucesso dos artistas.

Os compactos começaram a ser comercializados à partir de 31 de março de 1949, quando foi lançado o single do músico country Eddy Arnold executando a faixa “Texarkana Baby”. A ideia de colocar num disco uma ou duas músicas a serem trabalhadas por um determinado artista, com valor de venda abaixo do disco completo foi de Thomas Hutchison.

Ele apresentou o projeto do compacto, com a capacidade de rodar apenas quatro minutos de música para a RCA-Victor com o intuito de substituir os discos de 78 rotações. Encomendado por David Sarnoff (presidente da gravadora), o novo formato em 7 polegadas levou nove anos para ser concluído e competir diretamente com o Long Play da Columbia, lançado quase um ano antes, em 21 de junho de 1948.

Com dezessete centímetros de diâmetro, esse disco compacto era uma alternativa para as gravadoras lançarem novos artistas ou mesmo apenas uma música ao invés de ter o gasto de um disco completo. Logo, os compactos (ou singles) se tornaram febre no mercado fonográfico, com charts específicos para as vendagens do formato, principalmente no final da década de 1950, com o rock and roll surgindo, quando os singles experimentaram uma “explosão” nas suas vendas.

Vários compactos (ou singles) se tornaram edições de colecionadores por conter músicas raras, versões ao vivo ou alternativas, covers, remixes e composições que não entravam nos discos oficiais.

UM IMPORTANTE MEIO DE DIVULGAÇÃO

Com isso, o single ou compacto virou sinônimo de música de trabalho de um artista, uma composição que a gravadora apostava na divulgação. Muitas vezes, quando o tema incluído no álbum tem uma duração que pode ser considerada muito grande, para a difusão nas rádios FM ou AM, o single apresentava-se numa “versão editada para rádios” (radio edit), por norma apontando para os 3 minutos e dificilmente ultrapassando os 4 minutos.

O advento do CD single na metade da década de 1980 enfraqueceu o formato que passou a ser paulatinamente substituído, desaparecendo juntamente com o LP na década seguinte.

O QUE ERAM OS COMPACTOS DUPLOS?

O compacto duplo, também conhecido como maxi single, é um compacto com mais de 4 minutos de cada lado, geralmente em 12 polegadas em 45 rpm, apresentando geralmente duas músicas em cada lado.

No Brasil, o termo ainda se referia a compactos com dois discos de sete polegadas de 33 rpm. Por aqui, a indústria fabricou a maior parte dos compactos simples em 33 e 1/3 rpm. Esses compactos brasileiros, como eram em menor rotação, cabiam um número maior de músicas, com isso, alguns compactos simples foram lançados com duas músicas de cada lado, originando o termo “compacto duplo”.

Nos anos 1980, esse termo se referia a discos de 12 polegadas de 45 rpm, também batizados de EPs ou Maxi Singles. Mas a natureza deste do EP não era apenas de divulgação e nos anos 1980 foi usado para lançar novos artistas no mercado.

Esse formato era muito utilizado por bandas de heavy metal naquela década para lançar suas primeiras músicas e vários deles se tornaram icônicos, como o “Soundhouse Tapes” do Iron Maiden, os primeiros de Helloween, Queenryche e Savatage, além do “Creeping Death” do Metallica, que trouxe as primeira gravações dos históricos covers batizados de Garage Days. 

No Brasil, o compacto não é mais um formato comercializado, sendo ainda popular nos Estados Unidos, Japão e países da Europa. Em meados dos anos 2000, um formato semelhante foi lançado no país, batizado de CD Zero, sendo uma espécie de EP.

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